terça-feira, 23 de setembro de 2008

AGRESSIVIDADE INFANTIL



Qualquer criança, independentemente da educação que tenha, começa a possuir a partir de determinada altura fantasias agressivas, que são inatas e instintivas. Estas são visíveis através do brincar, em que utilizam expressões como "agora estás morto, já te matei", ou brincam às guerras ou aos acidentes.

Normalmente, os primeiros comportamentos agressivos surgem aos 2/3 anos de idade e manifestam-se através do morder, gritar, empurrar, arranhar ou bater, e com o tempo, o natural é que estes comportamentos comecem a desaparecer. Porém, em algumas crianças isso não acontece e estas continuam a revelar-se violentas, partem objectos e agridem os colegas ou mesmo membros da família. Em casos extremos a atitude da criança acaba por comandar toda a família, em que os pais poderão criar sentimentos de impotência face à situação, ficando sem saber como reagir.

Por vezes os comportamentos agressivos manifestam-se de uma forma selectiva, ou seja, só em determinados locais ou com algumas pessoas, mas em outros casos torna-se mais grave porque a criança demonstra não possuir uma mínima tolerância à frustração, reagindo de uma forma violenta à mínima contrariedade. Num grau mais elevado, esta intolerância pode surgir com situações ínfimas do quotidiano, como por exemplo o desaparecimento de um brinquedo ou pelo simples facto da cadeira em que se costuma sentar à mesa não ser a mesma.

Quando a criança manifesta uma agressividade excessiva, torna-se importante perceber o contexto em que esta ocorre e verificar se existe no seu convívio familiar e escolar alguma situação que esteja a desencadear e manter este comportamento. Desta forma, o psicólogo poderá ajudar a criança a adquirir atitudes alternativas de canalização da agressividade, ao mesmo tempo que orienta os pais a interferirem na situação e a adoptarem uma postura que vá ao encontro da minimização do comportamento agressivo da criança.

Texto de Ana Rita Dias



terça-feira, 9 de setembro de 2008

É SEMPRE A MESMA HISTÓRIA


Só quem nunca observou o interesse com que um bebé ouve contar uma história, enquanto olha atentamente as imagens coloridas, pode acreditar que a idade mínima para apreciar a leitura de um bom livro está para lá do primeiro ano de vida. É claro que a expressividade do contador é importante, tal como o tema e a qualidade gráfica da obra, mas é seguramente um prazer para qualquer bebé de poucos meses folhear e descobrir um livro à sua medida.

Não é preciso esperar que a criança compreenda o significado de todas as palavras para começar a ler-lhe. Também cantamos para os bebés e recitamos lengalengas, desde que nascem, sem que seja importante que eles percebam todas e cada uma das palavras. Ao ler em voz alta, histórias simples e de forma criativa, estamos a ensinar ao bebé conceitos sobre comunicação, números, letras, cores, formas, emoções, estimulamos o seu sentido da audição e a sua memória e oferecemos-lhe vocabulário e um mundo de informação sobre o ambiente que o rodeia.

(texto de Carla Antunes)