sábado, 20 de junho de 2009

PEDICULOSE DA CABEÇA (PIOLHOS)


É uma doença parasitária contagiosa, cujo animal se instala no couro cabeludo, alimentando-se do sangue humano. Vive cerca de 30 dias e a fêmea deposita os seus ovos (lêndeas), presas aos fios de cabelo.

É transmitida pelo contacto directo interpessoal ou pelo uso de utensílios de pessoas contaminadas (bonés, escovas, pentes…)

Caracteriza-se por uma comichão intensa no couro cabeludo. Para combatê-los devem manter-se hábitos higiénicos, tais como, lavar a cabeça diariamente evitando deixar os cabelos húmidos, inspeccionar a cabeça frequentemente e passar assiduamente um pente fino para retirar piolhos e ninfas, não entrar em contacto com pessoas infestadas, não usar de forma colectiva almofadas, pentes, bonés…

O tratamento consiste na aplicação de medicamentos específicos (champôs), no couro cabeludo, para o extermínio dos parasitas e deve ser repetido após 7 dias.

A escola deve ser avisada sempre que a criança apresente este tipo de parasita, para que no caso de existirem mais crianças contaminadas, sejam tratadas ao mesmo tempo, interrompendo assim um novo ciclo de contaminação.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O QUE REVELAM OS DESENHOS


Um lápis na mão de uma criança não é um mero entretenimento. Os desenhos infantis revelam muito sobre o seu mundo.

É através do desenho que as crianças desenvolvem a atenção e a capacidade criativa, mas também exprimem traços de personalidade, emoções contidas, receios silenciados, conflitos familiares… É preciso estar atento e “ouvir” o desenho, sem recriminações.

Da descoberta à imitação:

No inicio é a descoberta: A criança pega no lápis como em qualquer objecto para explorar. Mas aquele objecto causa-lhe surpresa, com ele a criança pode reproduzir algo, faz um rabisco, deixa uma marca numa superfície. O lápis produz um efeito inesperado, que a criança vai querer repetir. Nesta altura (fase dos rabiscos ou realismo fortuito), há sobretudo um prazer motor, é uma coisa quase mágica, o lápis produz um efeito e há uma grande vontade em ser capaz de controlar o objecto que faz aquelas magias, aqueles traços, que ao principio são muito juntos e sobrepostos, e depois mais separados e ritmados, com adição de pontinhos e linhas curvas. Ainda não são propriamente desenhos, mas rabiscos, grafismos, automatismos.

Por volta dos três anos, já existe claramente na criança o intuito de desenhar alguma coisa, de representar a realidade, de reproduzir algo que ela conhece ou que faz parte do seu imaginário: um cão, uma casa, uma fada… é a chamada fase do realismo falhado, em que a criança se esforça para dominar o lápis e transformar um rabisco numa figura identificável. É nesta fase que pode surgir a frustração, as crianças têm uma capacidade muito grande em encontrar semelhanças entre um rabisco e um objecto, e podem ficar frustradas se nós não descobrirmos o que está desenhado. Uma linha curva feita ao acaso é um caracol ou outro animal qualquer… nós é que não vemos o que elas vêem, portanto são desnecessários os comentários depreciativos.

Do entusiasmo à frustração:

A criança pega numa folha, num lápis de cor à sorte e faz um desenho que, que para ela, é claro e óbvio e mostram-no ao adulto. E o que é que ouvem? “Então pintaste tudo da mesma cor? Oh, isto é o que? Esqueceste-te de desenhar as pernas? Olha que o coração não se vê por fora da roupa!” As crianças precisam de ser valorizadas por aquilo que fazem. Não podemos nem devemos esperar ou exigir mais do que aquilo que a criança pode fazer e que é própria para a sua idade. É errado dizer-se a uma criança pequena que o desenho não está bonito porque falta pormenor ou porque as cores não combinam. Para a criança isso não representa qualquer importância, porque os seus padrões estéticos não são os mesmos que os nossos. Se a experiência é repetidamente frustrada, se os adultos estão sempre a apontar falhas, a criança vai sentir-se desvalorizada e consequentemente vai desinteressar-se e desistir de desenhar.

“Escutar” o papel:

A criança fala através dos desenhos, comunica situações do seu quotidiano, exprime espontaneamente os seus interesses, medos e angústias, revela a noção que tem de si própria e a sua visão do mundo, real ou imaginário.

Ao contrário dos adolescentes, as crianças não exprimem o seu mau estar verbalmente. Se estiverem habituadas a desenhar, acabam por comunicar as suas emoções, o seu desconforto, através do desenho.

Sinais de alerta:

Não é suficiente olhar isoladamente para um desenho, é preciso observar um conjunto de desenhos, de preferência ouvindo a explicação da criança. Se as características abaixo indicadas persistirem, se existir um padrão constante, a criança pode necessitar de acompanhamento especializado.

• Figuras sem rosto, sem cabeça…

• Figuras isoladas e fechadas (dentro de círculos por exemplo)

• Figuras riscadas, muito reduzidas ou ausentes (em especial elementos da família)

• Desenhar sempre a mesma pessoa

• Nunca se desenhar a si própria

• Temática da violência constante

• Temática fora da norma e nada habitual para a idade.