
Normalmente, os primeiros comportamentos agressivos surgem aos 2/3 anos de idade e manifestam-se através do morder, gritar, empurrar, arranhar ou bater, e com o tempo, o natural é que estes comportamentos comecem a desaparecer. Porém, em algumas crianças isso não acontece e estas continuam a revelar-se violentas, partem objectos e agridem os colegas ou mesmo membros da família. Em casos extremos a atitude da criança acaba por comandar toda a família, em que os pais poderão criar sentimentos de impotência face à situação, ficando sem saber como reagir.
Por vezes os comportamentos agressivos manifestam-se de uma forma selectiva, ou seja, só em determinados locais ou com algumas pessoas, mas em outros casos torna-se mais grave porque a criança demonstra não possuir uma mínima tolerância à frustração, reagindo de uma forma violenta à mínima contrariedade. Num grau mais elevado, esta intolerância pode surgir com situações ínfimas do quotidiano, como por exemplo o desaparecimento de um brinquedo ou pelo simples facto da cadeira em que se costuma sentar à mesa não ser a mesma.
Quando a criança manifesta uma agressividade excessiva, torna-se importante perceber o contexto em que esta ocorre e verificar se existe no seu convívio familiar e escolar alguma situação que esteja a desencadear e manter este comportamento. Desta forma, o psicólogo poderá ajudar a criança a adquirir atitudes alternativas de canalização da agressividade, ao mesmo tempo que orienta os pais a interferirem na situação e a adoptarem uma postura que vá ao encontro da minimização do comportamento agressivo da criança.
Texto de Ana Rita Dias